quarta-feira, 3 de março de 2010

Vida dura, essa!

Ontem, precisei ir na Lapa. Para quem não conhece, esta Lapa que eu aqui falo, e um bairro aqui de Sampa. De lá, iria pegar o ônibus e ir para a casa da minha sogra, no Jd. Educandário, próximo ao Butantã. Estava uma garoa fina e eu seguia para o ponto para pegar o "bus, quando eu o  vi, de longe parado no farol. Corri feito louca para não perder porque demora muito.
Cheguei no ponto já sem ar....bufando. Abre farol, fecha farol...e nada do bichinho sair do lugar...Ahhhhhhhhh, o mardito estava quebrado e a "thonga" aqui, correu de bobeira.
Muitissimos minutos depois, já quase pra fazer meia hora de ponto, o "bus" vem, não estranhei que estava lotado mesmo sendo umas 15 hs da tarde, e eu, com meu pezinho de cinderela latejando mesmo estando de tênis, fiquei de pé no esprimidinho do corredor. Que raio!!!!!!! Todo mundo dos lados desce e os rapazolos que estão a minha frente nem esquentam a cachola. E eu, rezando pra chegar a vez deles descerem.
Já no Jd. Bonfigliolli, um deles se levanta e eu quase tive que me esbofetear com umazinha que tentava pegar meu tão desejado lugar. Ufa!!! Sentei.
Nossa, quase que eu arranco o tênis naquele momento...mas quis manter a diplomacia.
A moça, que disputou o banco, ficou ao meu lado. Eu gentilmente pedi a bolsa para segurar, ela não quis.
Thudubem.
Ai, chacoalha para cá, chacoalha para lá e a bolsa já entrando no meus olhos....ai eu de novo pedi, já não tão gentilmente:
__Moça, deixa eu segurar sua bolsa antes que ela entre nos meus olhos.
Ela cedeu.
Já chegando, o ônibus entra numa rua e...thanthannnn o caminho dele é outro! É, eu já ia ter que subir meia ladeira, agora o "bus" mudou o caminho e eu terei que subir o dobro do que eu teria que subir. Fixxxxxxxxiiiiiiiii
Ladeira acima, arranjei uma parceira de conversa, uma moça, que também subia começa a reclamar do fato de ter que subir tudo aquilo. Pra mim, foi um horror, subir calada já falta ar, imagina subir falando!?!
Cheguei a casa da sogrinha...affffff, precisando de uns 15 minutos para me recompor.
Ai pergunto a ela desde quando o "bus" não sobe meio morro, e ela me disse que ele sobe somente a noitinha...eita....que dizer que de dia ele faz um caminho de noite é outro?
Pode? Meus Deus.
Fica aqui várias reclamações:
1) Quando surgiram os terminais de ônibus em Sampa e os famosos corredores no governo da Martha Suplicy, muito se prometeu, e pelo menos na região de Pirituba, onde eu morava, na época, tudo era flores e até hoje não tenho problemas se vou tomar um "bus" naquela região. Os intervalos são curtos entre um e outro, mas ainda se pega cheio, principalmente nos horários de pico.
2) Hoje eu moro no Jaraguá. Aqui a demora e grande, muitas vezes eu opto pelas lotações, porque os intervalos são menores, os ônibus demoram muito e são sempre cheios, alguns eu já jurei que não entro mais, a não ser que eu pegue no final e venha sentadinha, caso do Cid. D'Abril. Mesmo assim, quando estou bem, digo, não muito cansada, pego o intermunicipal e ando um pouco até em casa. Pago um pouco mais, mas consigo ao menos respirar dentro do "bus".
3) Um ano atrás, eu trabalhei na região do Butantã, para ser mais exata, perto do Corpo de Bombeiros da Rodovia Raposo Tavares. De manhã, meu namorido me levava de carro e no final do dia, meu irmão quando podia, me pegava ou então eu voltava de bus.
Gente, vocês não tem noção o que é ficar horasssssssssssssssss horassssssssssssss e mais horasssssssssssss sem ver uma miragem que seja do Lapa-Boa Vista, que era a linha que eu esperava. Já teve dia, sem chuva, que eu fiquei 2 horas, esperando. Eu estava tão tão irritada, quando o bus veio lotadíssimo, eu de pé, com uma dor no corpo, porque eu tinha tomado um tombasso na escada da casa do meu irmão (um ano depois ainda tenho os hematomas), nem me aguentava. Sentei no fundão no chão, em cima do motor quente. Coisa de maloca mesmo, sabe. Mas não tinha jeito.
Pra ajudar, eu peguei Sampa neste dia (era uma sexta-feira), um inferno. Na curva da Raposo onde o bus faz o retorno eu levei 40 minutos, depois mais e mais trânsito. Até o Jaguaré, tudo parado. Eu já tinha perdido o outro bus, já sabia que ia ter que esperar esse também. Sorte, pensei, quando vi o Jaraguá vindo. Ufa, escapei...mas vou de pé. Alguns pontos depois, consegui um lugarzinho e já me sentei. Quase desabando.
Já na Lapa, tudo parado também. Um horrorrrrrrrr.
Ia dando umas 20:00 e eu no trânsito, meu namorido me ligando e eu irritadissima dentro do bus que não andava. Passava a mão no rosto sem parar, um sufoco. Resumo da ópera: demorei 3 horas e 40 minutos para chegar em casa, cheguei 20:40, contei 6 acidentes no caminho e ganhei uma conjutivite de prêmio.
Depois de um tempo sai de lá, ninguém merece tanto sufoco para trabalhar.
4) O Sr Kassab, não olha essas coisas? Eu convido ele para ir, por uns dias, até a região para esperar um ônibus, de preferência esse Lapa-Boa Vista no horário de pico, entre 17 e 18 hs.  Hahahá, ia ser legal. Ai depois, eu convido ele a descer na Lapa e pegar o Cid. D'Abril. Isso sim vai ser divertido. Ai, é capaz dele falar que é por causa do excesso de chuvas....affffffff. É sempre assim, faça chuva ou faça sol. Tudo bem, a gente tem que concordar que tem chovido muito mesmo, é verdade. Mas a cidade está largada. Ruas sujas, praças com o mato cobrindo, bueiros entupidos, rios transbordando e ele faz um comercial pra passar na TV falando que está acompanhando.
Vem passar "Um dia de pobre" com alguém Sr. Prefeito. Imagina quem mora naquelas regiões que a gente sabe que sempre tem problemas de transporte, caso da zona leste. E ainda tem os pobres coitados que lutaram pra comprar uma cazinha e suas coisinhas e fica mais de um mês debaixo de água.
Ia ser gostoso, ver o Sr. Kassab, pegando um busão cheio, com aquelas pessoas perfumadas ao extremo junto com o cheirinho de suor de um dia de labuta, ai ficar de pé, expremidinho, tentando respirar e segurando seus pertences como se fosse um filho pra não aparecer um espertinho e tentar roubar.
Ehh....gostei da ideia, um "Dia de pobre".
Vou lançar essa campanha. Mas um dia é pouco para conhecer as dificuldades de um cidadão, tinha que ser um mês, no mínimo. Todo dia, fielmente, levantando cedo, pegando bus, chegando no trabalho, voltando, hehe, fora que o cidadão ainda tem outros afazeres, pegar o filho na escola e etcs.
Aiai, desabafei um pouco.
Mas era preciso, estava entalado.


I

Nenhum comentário:

Postar um comentário